23 de outubro de 2011

Taxa

Vou blindar os meus sentimentos por ti. Pô-los no cofre de um banco, o mais seguro da terra para ninguém os roubar. Desse depósito vou colher os juros, daqui a dois ou três anos, sem remover antecipadamente os valores aplicados para não perder quaisquer benefício.
Vai-me fazer bem.
Vou colocar a gravidade do amor noutro local, noutras mãos, fecha-lo atrás de uma combinação e uma porta corta-fogo e esperar que ele cresça ainda mais.
Quando os juros vencerem, juro eu que te ofereço o meu coração. Faço uma transferência interbancária, pago custos processuais e taxas.
É que neste momento eu, austero como poucas vezes me vi, não basto e preciso de tempo para recapitalizar.