24 de julho de 2011

Atlantis

A gravidade da solidão faz com que todos à nossa volta se aproximem. Esta gravidade, a física, a que rege e gere a atracção entre dois corpos é tanto maior quanto é a força da pessoa que, sozinha, "malabariza" as suas pessoas como de planetas se tratassem, naquelas órbitas excêntricas que tanto podem afastar como aproximar em tangentes que por vezes colidem e nos arrancam pedaços afastando-nos a nós da órbita que mantemos a alguém que por sua vez é mais forte que nós e tem o tal campo gravitacional mais intenso.
Alguém uma vez disse que somos feitos da mesma matéria das estrelas e não podia estar mais certo. Todos temos um sol. Um centro de vida. Um emissor de calor.
Por vezes, demasiadas, algumas dessas nossas estrelas morrem e cria-se um buraco negro que nos suga parte da energia mas que não nos consegue comprimir porque não nos consegue engolir. Pode até levar alguns dos nossos planetas órbitantes consigo mas a nós não.
Por isso meu amor eu posso explorar alguns planetas. Enviar uma lata com gente pequenita lá dentro para tirar umas amostras e regressar. Analisar amostras e decidir cancelar o programa espacial por falta de relevância de recursos do tal planeta onde espetaram uma bandeira do meu país.
Mas sol, meu querido sol, quando a luz baixa e a saudade aperta, quando parece que as constelações nos vão engolir vivos na escuridão, retorno a ti, para que a luz flutuante regresse e em auroras boreais me ilumine de novo como num big bang.

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