20 de abril de 2014

À mesa

Prometeram-me que o meu ano passado era o início de tudo. Depois desse 2013, em nada aziago, a cor que os minutos seguintes traziam tornariam tudo o resto anterior numa escala de cinzentos sensaborona.
Poeta, minha amiga de infinitas canções, tinhas tanta razão.
A tal promessa, dada à mesa como é dever de todas as grandes promessas, faz agora um ano e depois das montanhas que atravessou aproveita agora um planalto para ver a vista e descansar. Foi uma boa viagem e merece o descanso dos justos nesta caminhada empedrada a desilusões e recuos que só desembocaram em avanços mais pronunciados e fulgurantes. As pedras fizeram-se para calcar e depois de por elas passar esquecê-las. Foi o que fiz, seguro que ainda assim tinha de olhar para a frente para te encontrar, meu vento, meu trigo, meu oxigénio. 
Minha amiga, obrigado pela promessa, devo-te o resto da minha vida.

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