9 de março de 2014

As maestrinas

Dá para acertar o relógio por vós minhas almas, minhas musas, meus amores. Podia saber que hora é precisamente esta só pela simples duração do abraço que vós me haveis dado colectivamente naquele dia em que tanto dele precisava. É bom ter assim algo com que contar. Sois como maestrinas unissonas que me organizam a orquestra e me sincronizam os ritmos. Todos estes chinfrins dentro de mim só saem ordenados porque vos tenho a vós ao leme.
Assim tanto que vos devo e tanto falho em devolver, porque me parece que nem em dobro ficaria a dívida desta sanidade feliz que me dais paga, por todo este amor que me sossega. Esta constância em saber que quanto mais alto o trapézio mais resistente a rede que me aguarda, a doce crença que em cada esquina tenho um par de olhos por cima do meu ombro a olhar para a frente, a impelir o meu risco calculado, esta minha forma consciente de ser louco e não me preocupar com isso.
A vós, maestrinas desta minha desmesurada Primavera, ensaiadoras deste meu folclore moderno, encenadoras desta obra prima de três paredes só, uma ovação de pé e um agradecimento que durem dois séculos. Sem reservas e sem medos, sou vosso para sempre. É tudo que posso dar, esta vida inteira que tanto me coloris de ventos e flores, na duração de três mil abraços cá dos nossos.

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