17 de agosto de 2009

Sangue novo

Faz parte da condição humana necessitar de novidade. Por isso mudamos de casa, carro, destinos de férias, estilo de vestir, música no mp3...
É também por isso que há um especial prazer nas novas pessoas que nos aparecem. Os velhos amigos, por mais que os adoremos, lidam mal com a nossa mudança porque durante anos fomos os mesmos.
O amigalhaço dos jogos de computador ou o amigo feio que ouvia as queixas de corações partidos por tipos giros. Quando damos a volta por cima e nos tornamos nós próprios, por exemplo, em involuntários quebra corações, as pessoas que nos conheciam deixam de nos acompanhar.
Não é que desapareçam mas ficam presos à imagem que durante anos foi a nossa.
É essa a alegria do sangue novo que nos é injectado pelas pessoas que de súbito pedem para entrar na nossa vida.
Essa vontade de aprender sobre nós, sem nenhuma ideia pré-concebida, é lisonjeira e benéfica.
O curioso é que a necessidade de partilhar essa novidade que uma nova pessoa entrou na nossa vida chama pelas pessoas velhas. Só elas têm paciência para ouvir e aconselhar sabiamente.
Muitas vezes enciumadas ou admiradas da pessoa em que nos tornamos.

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