25 de outubro de 2009

Naturalmente

As coisas que fazemos bem sabemos como as fazer sem olhar. Fazemos-las até mesmo sem pensar nisso. Não pensamos em respirar, deixar bater o coração ou até em andar. Queremos que algo aconteça e ele aparece feito.
Pergunta a um pianista ou guitarrista se pensam que têm de atingir a nota tal que está na pauta para o fazer acontecer. Eles dirão que não, no início talvez mas agora já é automático e fácil. Tal como respirar.
Para mim é automático encontrar as teclas correctas do computador e conduzir. Essas coisas acontecem dentro daquela zona do meu cérebro que guarda as tarefas repetitivas e que vão sendo refinadas. Claro que também automático em mim é amar-te.
Acontece porque sim e sem pensar. Sem sequer pensar para onde direccionar o coração ele virou-se sozinho para o teu sentido e por lá segue, sem se arrepender da estrada percorrida e sem sequer consultar mapas, placas ou GPS's.
E como é automático, como é tão meu como respirar, sou muito bom nisso. Sei como te tratar e o que fazer para sorrires. Com naturalidade, como se viesses com livro de instruções e seguisse sempre o capítulo mágico que aborda o que fazer quando tudo o resto falha. Aquelas soluções incríveis que tudo resolvem. Que tornam tudo estupidamente fácil e que põem o resto dos mortais a perguntar
- Como fizeste isso?
e eu a sorrir com a naturalidade com que negoceio o difícil estacionamento na tua rua.
Toco-te como nas teclas do computador e guio-te como nas estradas à noite e à chuva. Respiro-te.
Amo-te.

1 comentário: